Um olhar grafitado sobre a cidade

O grafite é uma forma de expressão caligrafada e de desenho pintado em espaços públicos, difundido em nossa sociedade desde o Império Romano. Por volta de 1970 em Nova Iorque, algumas imagens grafitadas nas ruas da cidade ilustravam a opressão social vivenciada no cenário urbano pelos denominados "artistas de rua"

 É possível constatar nestas manifestações mensagens poéticas como as deixadas por Jean Michel Basquiat nos prédios de Manhattan, e também mensagens de cunho político e de demarcação de espaço. O grafite requer técnica e motivação, é comum as pessoas definir esta expressão visual como contravenção e vandalismo, no entanto é preciso salientar que um grafiteiro deve respeitar o espaço comum, exercer seu trabalho em locais apropriados para o grafite, e usar essa técnica para transmitir sua mensagem adequadamente e não para meras rixas territoriais entre gangs, torcidas, ou até mesmo para insultos vulgares e sem propósito. 
Os grafites, como o mostrado na foto acima em Belo Horizonte, entra em contato direto com o cenário urbano possibilitando através da arte uma reflexão social sobre o espaço que vivemos com ousadia e criticidade. Sem a devida permissão para ser realizado, toda forma de expressão nos muros da cidade é crime de acordo com a constituição federal no Brasil. Existe neste aspecto uma linha tênue que separa a denominada "arte de rua" e a "poluição visual". Não se trata de estilo artístico, estético, ou do exercício da liberdade de expressão, mas de se respeitar o espaço de cada indivíduo.

O que está acontecendo?



Catástrofes naturais.
 Nenhum local no planeta está isento de se transformar num cenário de destruição ocasionado por desastres naturais. As belas paisagens que ilustram cartões postais podem protagonizar cenários de desespero e destruição. Nos últimos dias um terremoto no Haiti provocou a morte de milhares de pessoas pertencentes a diversas nacionalidades.
Longe de considerar que esta é uma realidade exclusivamente de outros países, aqui no Brasil, no mês de Janeiro de 2010, um deslizamento de terra em Angra dos Reis provocou a morte de varias pessoas após a comemoração do ano novo. Outras pessoas foram vítimas dos desabamentos e das enchentes que marcaram o início de 2010. Especialistas falam em áreas de risco, mas qual a margem de segurança que temos sobre as catástrofes naturais?
Não existe local isento de riscos.

Em meio aos avanços tecnológicos, a supremacia do homem moderno mediante a evolução digital tornando real o que as civilizações anteriores sequer ousaram imaginar, um tremor de terra, um deslizamento, enchentes provocadas pela chuva, dentre outros efeitos naturais é capaz de tirar a vida de centenas, de milhares de pessoas. Nada mais vunerável do que a sociedade pós moderna e informatizada.
Enquanto vários cientistas discutem se estas catástrofes são ocasionadas pela ausência de preservação ambiental, colocando em questão se o aquecimento global ocorre ou se é especulação política, nós assistimos em nossas TVs desastres ambientais como este, á espera que um dia os avanços científicos nos possibilitem desenvolver ações que reduza os impactos ocasionados por essas tragédias, e quem sabe futuramente o governo não espere que um deslizamento mate dezenas de pessoas e só depois retire os sobreviventes das  áreas consideradas de risco a titulo de solidariedade.

Dois Lixeiros no alto de suas vassouras!

“Que merda. Dois lixeiros desejando felicidades do alto da suas vassouras. O mais baixo na escala do trabalho”.
Este comentário feito por Boris Casoy no noticiário da TV Bandeirantes chamou atenção de milhares de telespectadores do telejornal.
Em pouco tempo, o vídeo já estava sendo exibido no youtube para milhões de pessoas que não assistiram a imagem no telejornal; após dois garis manifestarem seus desejos de um "Feliz 2010, com muita paz, saúde, e trabalho", Boris Casoy solta a pérola sem saber que o áudio estaria sendo transmitido para todo país.
É lamentável o preconceito.
Dois garis podem e deve desejar um ano melhor como qualquer outro cidadão no exercício de sua profissão.Mas creio que seria melhor se estes dois garis e tantos outros no país tivessem um pouco mais de respeito pela sociedade afinal, as palavras de Casoy chocam, mas muitas pessoas exercem este desprezo diariamente, e não notam isto. Diversos profissionais sofrem da síndrome da invisibilidade no cenário social, e se hoje estão "no mais baixo da escala de trabalho", esta escala é sinônimo de desprezo nas ações de muitas pessoas.
O tom de Chacota no comentário do jornalista despertou a fúria de inúmeras pessoas, e nem poderia ser diferente. A declaração explicíta de preconceito de um comunicador em um noticiário deixa estarrecido todos que acreditam num país justo e igualitário. Agora é imprescindível que este desejo ultrapasse as barreiras da retórica, do discurso idealista, precisamos valorizar todas as pessoas no exercício de sua profissão diariamente. Está aí, um excelente compromisso para todos os brasileiros neste ano de 2010.

Vídeo com a declração de Casoy está disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=0H9znNpeFao&feature=player_embedded